Por André Garcia
Ao envolver as famílias de produtores de frutas e hortaliças em práticas agroecológicas, o projeto Semeando Nossos Biomas garantiu o aumento da produção, a capacitação e a melhora na infraestrutura de pequenas propriedades na região de Cáceres e Pontes e Lacerda, em Mato Grosso.
Por meio do trabalho foram recuperadas áreas degradadas, que passaram a ser protegidas e restauradas com plantio de mudas nativas. Com isso, além de trazer segurança alimentar e nutricional aos moradores de comunidades locais, a agroecologia também diversificou e incrementou a renda.
“O projeto vem com esse foco de fortalecer a rota nos três eixos, pensando estratégias produtivas, agregação de valor e na mobilização da comercialização”, explica o coordenador da iniciativa, Saguio Moreira dos Santos.
Entre os principais benefícios da agroecologia estão: redução de custos com insumos; maior resiliência a eventos climáticos extremos; valorização do conhecimento local; melhoria da saúde do solo e da biodiversidade; e oferta de alimentos saudáveis para a população.
Além disso, sistemas agroecológicos tendem a ser mais diversificados e integrados, o que aumenta a estabilidade econômica da propriedade.
Semeando Nossos Biomas
O Semeando Nossos Biomas é executado há dois anos pela Associação do Centro de Tecnologia Alternativa (CTA) com apoio do programa REM, que é coordenado pelo Governo do Estado. Graças à parceria, os agricultores adquiriram estufas, viveiros e maquinários e passaram a trabalhar com sistemas de pastoreio sustentável.
Outra parte importante desse processo é a abertura de novos mercados, trabalho que conta com a Rota Caminhos da Agroecologia, uma rede de produção e comercialização que conecta agricultores familiares a pontos de venda de municípios como Pontes e Lacerda, Vila Bela da Santíssima Trindade, Cáceres e Poconé.
Essa articulação permite o escoamento eficiente de produtos, melhorando a logística e agregando valor à produção sustentável.
Como funciona na prática?
Na agroecologia, o uso de insumos químicos é evitado ou reduzido ao máximo. Em vez disso, os produtores fazem uso de práticas como: rotação e consórcio de culturas; uso de adubos orgânicos e compostagem; controle biológico de pragas; preservação de nascentes, matas e polinizadores; integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF); e resgate de sementes crioulas e conhecimento tradicional.
Essas práticas ajudam a manter o solo fértil, a água limpa e o ambiente equilibrado, ao mesmo tempo em que promovem a autonomia dos agricultores e a segurança alimentar.
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