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Dia da Amazônia: a importância da floresta para o agronegócio

Dia da Amazônia: a importância da floresta para o agronegócioA Amazônia é um pilar essencial para a produtividade do agronegócio. Foto:MMA

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Muito mais do que a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia é um pilar essencial para a sustentabilidade e a produtividade do agronegócio brasileiro. Neste Dia da Amazônia, 5 de setembro, é fundamental entender que a saúde da floresta está diretamente ligada à prosperidade das lavouras e das pastagens, inclusive em regiões distantes, como o Centro-Oeste e o Sudeste.

A função mais fundamental da Amazônia para o agronegócio é o seu papel como reguladora do clima. A floresta atua como uma gigantesca bomba de água, liberando umidade na atmosfera por meio de um fenômeno conhecido como “rios voadores”. Esses rios invisíveis transportam vapor de água para outras regiões do país e da América do Sul, garantindo as chuvas que irrigam as plantações de soja, milho e algodão e abastecem as bacias hidrográficas.

Sem a Amazônia, o regime de chuvas seria drasticamente alterado, levando a longos períodos de seca, o que impactaria diretamente a produtividade agrícola. A elevação da temperatura, decorrente do desmatamento, também prejudicaria as safras, pois muitas culturas não se adaptam ao calor excessivo. Em outras palavras, a floresta em pé garante a segurança hídrica e climática necessária para que a produção de alimentos continue a crescer.

Já existem estudos que indicam que a conversão de áreas da Floresta Amazônica em pastagens está alterando o clima local, com consequências diretas para a umidade do ar, a temperatura e a capacidade do solo de reter água. Essas mudanças podem afetar a agricultura, tornando as lavouras mais vulneráveis a secas e ondas de calor.

Além disso, a Amazônia oferece um enorme potencial para a bioeconomia, que pode se tornar um novo motor de crescimento para o agronegócio. A valorização de produtos da floresta, como o açaí, a castanha-do-pará e óleos essenciais, cria um novo setor produtivo que não compete com as áreas de agricultura e pecuária. Essa abordagem diversifica a renda do setor e fortalece a imagem do Brasil como um líder em desenvolvimento sustentável.

Para o cientista Carlos Nobre, apesar de o Brasil ter a maior biodiversidade do planeta, com cerca de 15 a 18% de todas as espécies que são conhecidas de plantas e animais do mundo, os produtos da nossa biodiversidade representam de 3 a 4% do PIB.

Para mudar esse cenário, ele defende que o Brasil tem condições de liderar uma nova economia sustentável, a partir da valorização de produtos nativos como alimentos, medicamentos e insumos da biodiversidade, que gerem valor agregado e beneficiem as populações locais.

“Nós não valorizamos a bioeconomia de floresta em pé e ela é fundamental porque quando nós investirmos, nós vamos zerar todos os desmatamentos e vamos restaurar muito os biomas para produzirmos mais produtos a partir da nossa riquíssima biodiversidade”, pontua.

O agronegócio pode ser protagonista nessa transformação, já que possui instrumentos para ampliar a produção de bioinsumos e biocombustíveis, a extração de óleos vegetais e o desenvolvimento de sistemas agroflorestais.

A preservação da Amazônia, portanto, não é apenas uma questão ambiental, mas uma estratégia de negócio inteligente. Ao proteger a floresta, o agronegócio brasileiro assegura sua própria sustentabilidade, sua competitividade no mercado global e seu papel na segurança alimentar do planeta.

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