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Sojicultures de MT temem que clima instável gere inadimplência

Sojicultures de MT temem que clima instável gere inadimplênciaA preocupação dos sojicultores cresce diante da quebra da safra de soja. Foto: CNA

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Como já temos mostrado, o cenário para a safra de soja 2023/24 é de falta de expectativa de rentabilidade, devido aos impactos causados pela seca durante o desenvolvimento das lavouras e pelas chuvas na fase da colheita. Diante da situação, agricultores de Tapurah e Nova Mutum, no Mato Grosso, pedem um aporte de recursos do Governo Federal às instituições financeiras para que possam protelar parcelas de financiamentos em 2024. A ajuda evitaria a inadimplência e garantiria fôlego para permanência na atividade.

Conforme publicado nesta sexta-feira, 16/2, pelo Canal Rural, o excesso de umidade causa transtornos e ameaça a qualidade do restante da produção, frustrando as expectativas de quem apostava em melhores rendimentos nas últimas áreas do grão.

Em Tapurah, o agricultor Dirceu Dezem conta que o processo para obter a média igual do ano passado foi o mesmo de todos os anos. Mas, com a falta das chuvas na época precisa, alguns grãos não se formaram.

“Ficou vagem na metade e tem grão que a planta tentou reviver e não conseguiu, já estava passando da época. Mesmo com o dessecante em cima, ela não morre. O problema da vagem verde é que ela não amadurece”, explica.

Ele ainda tem 10% da área de dois mil hectares de soja cultivados nesta safra, para retirar do campo e finalizar a colheita desse período. O investimento feito por Dirceu visava a produção de 70 sacos por hectare em média, mas devido às adversidades enfrentadas no campo, a média estimada agora gira entre 45 e 48 sacos.

“A semente era de qualidade, a adubação também. Tratamento de qualidade de quatro a cinco aplicações de fungicidas, herbicidas também. O custo na lavoura ficou muito caro pelo preço da soja. Tem uma área que é de arrendamento e tá pior ainda, na base de 15 sacos… Esse ano a gente não esperava isso”, comenta.

O Sindicato Rural de Tapurah estima uma queda de até 25% de quebra na soja. A estimativa é que pouco mais de 80% dos 230 mil hectares da oleaginosa previstos para o município este ano, estejam colhidos.

“A gente entende que há uma frustração de safra e nos preços das commodities. Nós almejamos nesse momento, sensibilidade do Governo Federal, que consiga fazer um investimento, um aporte para as instituições financeiras para que possa ser protelada essa parcela que vence neste ano”, explica o presidente do Sindicato Rural de Tapurah, Álvaro Galvan.

Chuva também não dá trégua em Nova Mutum

Em Nova Mutum, a alta umidade no campo provocada pelas chuvas causa transtornos e ameaça a produtividade dos últimos 200 dos 600 hectares de soja cultivados na propriedade do Alexandre Rochemback.

O agricultor diz que a soja nasceu perfeita até a hora de granar. “Quando granou, faltou chuva durante 40 dias e aí não encheu o grão. A melhor média até agora foi de 48 sacos, isso prejudicado pela estiagem”, explica.

A esperança do sojicultor era tentar conseguir melhores médias de produtividades nas últimas cultivares semeadas na propriedade para tentar amenizar o prejuízo causado pela estiagem prolongada, mas o excesso de chuvas na colheita acabou frustrando as expectativas.

“Chuto alto que fecha em média 35 sacos… A conta não fecha e para recuperar isso vão umas três, quatro safras”, finaliza.

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