HomeEconomiaProdutividade

Sindicado estima ‘impactos devastadores’ na cadeia da soja

Sindicado estima ‘impactos devastadores’ na cadeia da sojaClima encurtou ciclo de variedades precoces. Foto: CNA

FPA vai se reunir com armadores para debater crise dos contêineres
Comissão debate crise no setor e sugere medidas para amparar suinocultor
Crise dos fertilizantes pode afetar abastecimento no Brasil

Por André Garcia 

Diante da crise na safra de soja 2023/24, o Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde alertou nesta quinta-feira, 15/2, que a situação  não traz prejuízos  somente aos produtores, mas também causa impactos devastadores” para toda a cadeia produtiva e de suprimentos. Em Mato Grosso, os resultados devem encolher 15,17% em relação ao ciclo passado.

“O que está em jogo vai além dos lucros individuais dos produtores. Estamos diante de uma crise que compromete a saúde de nossa terra produtiva e do meio ambiente como um todo”, diz o presidente Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Marcelo Lupatini, em nota publicada em suas redes sociais.

Segundo o comunicado, o sem recursos adequados, os agricultores enfrentam dificuldades em manter práticas sustentáveis que são essenciais para a preservação de nossos recursos naturais.

É crucial que como sociedade, reconheçamos a importância do agronegócio e a urgência de apoiar nossos agricultores neste momento crítico. Precisamos buscar soluções que garantam preços justos para os produtos agrícolas, incentivem práticas sustentáveis e promovam o desenvolvimento econômico e social de nossas comunidades rurais”.

Estimativas baixas

A última estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta uma produção de 38,443 milhões de toneladas. Para o médio-norte, principal região produtora da oleaginosa, a queda deverá ser 15,22%.

O recuo, como já mostramos, é resultado do El Niño, que, combinado às mudanças climáticas e ondas de calor, trouxe ausência de chuvas e altas temperaturas no estado. Tais fatores provocaram o encurtamento de ciclo das variedades precoces, levando os produtores a iniciarem a colheita da oleaginosa cerca de 30 dias antes do previsto e a registrar produtividades, em alguns casos, de quatro a dez sacas por hectare.

A saca de 60 quilos de soja no mercado disponível encerrou a quarta-feira (14) cotada em média a R$ 97,34. Valor este abaixo da média de RS 147,37 registrada na mesma data em 2023 e de R$ 171,22 em 2022, além de bem longe do pico visto em 10 de março de 2022 de R$ 184,74 de média, conforme série histórica do Imea.

 

LEIA MAIS: 

Negociações paradas devem adiar prazos de financiamento rural

Crise no agro: setor articula medidas emergenciais para ajudar produtor

BNDES anunciará ampliação de recursos ao agronegócio, diz Fávaro

Seca faz USDA reduzir estimativa de produção de soja do Brasil em 2,16%

Conab espera queda na produção de grãos por causa do clima

Cenário desolador: Seca faz Aprosoja-MT prever super quebra de safra

Protetor solar e climatização ajudam a livrar a soja e gado do calor?

Produtores de soja se preocupam agora com ‘qualidade da chuva’

Seca faz USDA reduzir estimativa de produção de soja do Brasil em 2,16%

A depender do Estado, quebra vai de 8% a 25% na safra de soja 2023/24

Mapa altera calendário de plantio da soja em função do clima