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Sistema Gravataí aumenta a produção e reduz dependência de fertilizantes

Sistema Gravataí aumenta a produção e reduz dependência de fertilizantesConsórcio integra feijão-caupi com gramíneas do gênero Brachiaria Foto: Gabriel Faria/Embrapa

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Por Vinicius Marques

Você sabia que com o uso do Sistema Gravataí na modalidade “boi-safrinha” — por meio da Integração Lavoura-Pecuária (ILP) — é possível aumentar em até 20 sacas a produção de soja, em 200 gramas cada cabeça de gado, além de reduzir os custos com adubo com o passar das safras?

A tecnologia consiste no consórcio do feijão-caupi com gramíneas do gênero Brachiaria e melhora a qualidade da forragem, especialmente no período mais seco do ano.

A técnica surgiu por uma necessidade de diversificação de palhada, com objetivo de melhorar o valor nutritivo dessa forragem”, explica Orlando Lúcio de Oliveira Júnior, técnico em Agropecuária e analista da Embrapa Agrossilvipastoril.

Segundo Oliveira Júnior, as safras que utilizaram o sistema na Fazenda Gravataí apresentaram um incremento de até 20 sacas a mais de soja, quando comparadas com áreas em que a técnica de consórcio (capim e feijão) não foi aplicada.

Além disso, o sistema Gravataí melhora as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, pois a leguminosa consorciada faz a fixação do nitrogênio e promove a descompactação do solo. “Assim você tem uma variação maior na decomposição dessa massa, mais rica”, diz Oliveira Júnior.

“Se você tem um solo bem manejado, com a palhada diversificada, há resultados melhores com uma menor adubação”, aponta o analista. “Não quer dizer que, fazendo o consórcio agora, você já terá resultados no próximo ano. Mas se o produtor começar a aplicar o Gravataí, o uso de fertilizantes diminui ao longo do tempo, realizando um manejo adequado de insumos.”

Como é o processo?

Para plantar o feijão, é preciso esperar o desenvolvimento inicial do capim, para que a leguminosa não barre o crescimento da Brachiaria. Depois de 45 a 60 dias do feijão implantado nas proporções certas, o gado entra para pastejo.

Com isso, a gente tem um incremento  de até 200 gramas no peso de cada gado. Pensando em apenas um animal, é pouco. Mas imagina em grande escala, cada cabeça ganhando essa quantidade”, diz o analista da Embrapa. “Mas os principais benefícios são para o solo e soja subsequente. Removendo o gado, o solo já está preparado para a próxima safra”, completa.

O sistema Gravataí teve início na Fazenda Dona Isabina, no município de Santa Carmem, com o objetivo de formar palhada para a semeadura direta de arroz de terras altas. Com o êxito inicial da pesquisa, a técnica passou a ser estudada na Fazenda Gravataí, em Itiquira, por meio da parceria entre Embrapa, UFMT Campus Rondonópolis, Rede ILPF e Gravataí Agro.

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